quinta-feira, 3 de novembro de 2011

02/11/2011 – Paranapiacaba - Só não foi quem já tinha morrido...


Dia 2 de novembro de 2011... o ano já está acabando, entramos no ultimo bimestre do ano...

Bom, vamos ao que interessa... os lokobikers resolveram desvendar uma questão matemática ocorrida no Paraná... por que, como todos sabem o pi (π) é uma dizima infinita, mas no Paraná o PI acaba... uahauhauha

Tirando as piadas sem graça e os “trocadalho do cadilho”, no reunimos as 8:00 da manhã no Parque das Bicicletas, ou o que sobrou dele. Uma espera básica de uma hora esperando os atrasildos de plantão, o que no final das contas foi bom para por os papos em dia, rever a moçada, matar as saudades e fazer os últimos ajustes nas magrelas. 53 lokos no total... um bom público para um role de mais de 70km...

Saímos do PB as 9:00 rumando para a Av. Indianópois com a Wladia e o Orlando fazendo a ponta, o Mario e o Armando fazendo o meio, eu (Fabio Mira) e o Palmer fazendo o fundo e por ultimo, mas não menos importante o grande Hanz fazendo o carro de apoio.

Galera em Riacho Grande
Crédito: Orlando
Mal se iniciou o pedal e já começou um dos carmas dessa viagem... pneu furado (1)... mas não deu nem dois quarteirões de pedal e já começou esse martírio. Troca de pneu efetuada pelo nosso Palmer e voltamos ao pedal.

Cruzamos a Indianópolis, pegamos a Av. Jabaquara e descemos a Av. Fagundes Filho e pedal para que te quero... chegamos a Imigrantes, pedalamos mais uns 5 km e outra pausa para outro pneu furado (2). Nos reagrupamos no posto perto da entrada para Diadema. O pessoal se abasteceu com água, mais uma calibrada nos pneus e seguimos a vida rumo ao Rodoanel. Antes de entrarmos no Rodanel, adivinha... Pneu furado(3)... gente, bem que as concessionárias que cuidam das rodovias podiam dar um limpada nos acostamentos de vez em quando... é muita sujeira, cacos de vidro, pedaços de metal nos acostamentos e bem que a galera que pedala poderia andar com os pneus nas calibragens certas e, como o Palmer diz, por a bendita da fita anti-furo!!!

A galera se reagrupou na entrada do rodoanel e bora pedalar... quer dizer... mais ou menos... quando fomos sair... outro pneu furado(3). Toca o super Palmer fazer mais uma troca... (só por curiosidade, vocês estão contando... não deu 30 km e já foram 3 pneus furados)

Esse é o Palmer... huahauhau
 Gente, não sei se só sou eu, mas eu odeio essa estrada. Principalmente o trecho entre a Imigrantes e a Anchieta... são umas subidas cabulosas. Logo depois da entrada do rodoanel já tem uma de mais de XX km. Bom quem tá na chuva é para se queimar. Continuamos pelo Rodoanel e a Wladia, vulgo Satinka, e o Orlando, vulgo Menino Maluquinho, que estavam fazendo a ponta se empolgara... foram no vary fast e passaram a saída para a Anchieta. Com isso sobraram 2 alternativas: Ou andávamos mais 11km  de rodoanel pegávamos um retorno e voltávamos os mesmo 11 km até a Anchieta, ou pegávamos a contra-mão em fila indiana e acertávamos o acesso. Lógico que a segunda opção foi a vencedora. Mas não sem antes um pneu furado (4) para não perder a tradição.

Galera no Rodoanel
Créditos: Orlando

Pneu trocado, voltamos um trechinho de 1 km na contra mão no rodo anel e pegamos a Anchieta. Passamos por uma passarela e chegamos a Riacho Grande, onde nosso amigo Adilson nos esperava. O plano inicial era parar na chácara dele, mas devido aos atrasos e aos pneus furados já estava ficando tarde. Chegamos ao Riacho Grande já se passava das duas da tarde.

Pegamos a Rodovia Caminho do Mar por uns 2 km e viramos na Rodovia Índio-Tibiriçá. O grande problema dessas rodovias é que para os maltoriastas não utilizar o acostamento como pista, eles colocaram fileiras de “tartarugas” (aqueles sinais reflexivos utilizados para delimitar as pistas de uma rua, mas aquele maiores, que normalmente dividem as pistas de mão dupla, p. e.) e com isso, nós ciclistas temos que ficar desviando disso. Mais uma vez, os ciclistas sendo prejudicados por causa de maltoristas.

Para o pessoal com um pouco mais de experiência no pedal, dava para passar entre as “tartarugas” com cuidado, mas com uma velocidade mais alta. Já o pessoal mais novo no pedal, ou para os mais cuidadoso, ou reduzia bastante a velocidade e passa entre as tartarugas, ou se arriscava e entrava na pista dos carros.

Depois de uns dois quilômetros na Índio-Tibiriçá, veio o susto. Eu, o Palmer e o Hans no carro de apoio, estamos no início de uma descida, ou seja, no topo da montanha. Tínhamos uma visão privelegiada do grupo, pois depois da descida tinha uma outra montanha. Com isso podíamos ver quase que uns cinco quilômetros de estrada, ou seja, quase que todos os 53 lokos que estavam com a gente. No meio da descida estava um pelotão, mais ou menos umas 10 pessoas e um grupo de carros que estava “preso” atrás de um caminhão tanque, ou melhor uma carreta de 6 eixos (22 rodas). Foi quando percebemos esse caminhão freando seco e o pelotão se aglutinando, formando uma muvuca... Gente, juro por Deus, achei que o caminhão tinha pegado alguém que, para desviar das malditas tartarugas, tinha ido para a pista de rolagem. Eu e o Palmer nos desembestamos até o lugar. Chegando lá, tava a Helo estirada no chão, desmaiada e sangrando bastante na cabeça. Logo depois a Ju Angelica, a Liana Hara e mais umas meninas, que infelizmente não lembro o nome chegaram. A Helo recuperou a consciência, mas não lembrava de nada, nem a onde estava.

Nessa hora, o melhor a fazer é manter a calma e raciocinar, estipular atribuições para que a coisa fique organizada para os cuidados.
1º Verificar o estado da vítima do acidente e ver como ajudar: Neste caso, verificamos que o melhor era fazer com que a Helo continuasse deitada no local onde ela havia caído, mantê-la o mais calma possível e proporcioná-la uma sombra. Não podíamos fazer mais nada com relação a primeiros socorros e por isso acionamos o resgate. Esses cuidados ficaram por conta da Ju, do Hans, da Ana Russo.

2º Tornar o local do acidente o mais seguro possível de forma que não se torne local de outro acidente. Sinalizar, tornar as coisas visíveis para os motoristas da rodovia, orientá-los de forma a não causar outro acidente: Eu, o Palmer e a Liane interditamos uma das faixas e começamos a orientar os motoristas para fizessem desvios para passar o mais longe possível do local do acidente, fazendo com que os curiosos continuassem andando. Com isso garantimos que o transito fluísse e essa fluidez é essencial para que o resgate chegue o mais rápido possível.

3º Os lokos que não estavam ajudando, continuaram até o grupo que estava mais a frente: Isso é essencial para que o local do acidente fique mais seguro, para que a vitima não fique ainda mais tensa, por causa da vergonha de se estar nessa situação, para facilitar o trabalho do resgate na hora que ele chegar, pois assim eles terão espaço para trabalhar.

Enquanto eu, o Palmer e a Liane organizávamos o trânsito, uma viatura da PM florestal passou. Foi a salvação. Ela confirmou pelo rádio ao COPOM o pedido de resgate que havíamos feito e com isso o resgate chegou em menos de 15 minutos. Tendo em vista que estávamos no meio de uma rodovia, no meio do nada, foi muito rápido. Chegaram uma Ambulância do Regate e um ranger do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Pires.

O pessoal que estava cuidando da Helo se afastou e continuamos a sinalizar o acidente para os motoristas. O Resgate fez os procedimentos necessários e saiu levando a Helo para o hospital. Ficamos sabendo na hora que a Helo tinha batido a cabeça com força (a sorte é que ela estava de capacete) e com uma suspeita de fratura na clavícula.

Rezamos muito para que desse tudo certo para você, Helo, fique sabendo que na hora que a ambulância saiu, é como se todos nós estivéssemos indo com você... todos nós pedimos muito a Deus para que não tivesse sido nada de grave.

Bom... tudo o que podíamos fazer foi feito. O Hanz carregou as bikes da Helo e da Ana Russo (que foi acompanhando a Helo do resgate) no carro. Com isso pedalamos para nos juntarmos com o pessoal que estava mais a frente. Informamos a todos o que havia ocorrido e percebemos que já estava tarde. Com os pneus furados, o acidente, o erro de caminho no rodoanel, o atraso na saída do PB, já era mais de três da tarde e dessa forma resolvemos que iríamos fazer o seguinte: Iríamos até Rio Grande da Serra. Lá dividiríamos o grupo em 2. Quem quisesse encerrar o pedal e ir para casa, poderia pegar o trem. Quem quisesse chegar a Paranapiacaba, continuaria pela Rodovia Dep. Antônio Adib Chammas até lá.

Hanz e as bikes no carro
Créditos: Orlando
Chegamos a Rio Grande da Serra e 20 lokos resolveram encerrar a pedalada, pegando o trem. Liguei para a Giovanna Mazzei depois e confirmei que tinha ocorrido tudo bem com esse grupo. Ufa... 20 lokos são e salvos.

Continuamos a pedalada, e dessa vez o Hans se ajuntou a nós, largando o carro de apoio num posto de gasolina e pegando sua bike. Seguimos até Paranapiacaba. Muitas subidas e descidas pelo caminho. As ultimas subidas judiaram da meninas do Saia na Noite, alias, judiaram de todos nós, mas as meninas ficaram bem cansadas. Não era para menos, a essa altura já estávamos com 70 km de pedal e a mais de 7 horas pedalando.

Chegamos a Paranapiacaba. É um lugar legal, bem histórico mesmo, com muitas casinhas de madeira no estilo inglês, o relógio no centro do pátio de trens, a estação no estilo inglês e a maria-fumaça apitando nos trilhos. Mas como tudo nesse país, muito mal cuidado, com um bucado de lixo... bem judiado mesmo.
Paranapiacaba
Créditos: Orlando

Bom o pessoal desceu a ribanceira da matriz (alias a igreja é de 1808 se não de engano... bem legal) e fomos até os restaurantes... pois estávamos mortos de fome. O Adilson e as meninas do Saia resolveram voltar da praça da matriz mesmo.

Todos comidos
Créditos: Orlando
Todos comidos foi hora de voltar. Pegamos a estrada e resolvi da um tiro de 5 km. Quando parei para esperar o pessoal, tinha perdido o contato no rádio. Resolvi começar a voltar. Não é que dois marmanjos se enroscaram e tomaram um belo rola. Moral da história: 2 pneus furados (5,6) e uma roda que quase vira um oito (O -> 8). Da-lhe o santo Palmer, com a “ajuda” do Orlando arrumar o estrago das bikes, de forma que pelo menos continuassem a rodar. Os marmanjos, ficou com o braço dolorido e outro acho que só com o orgulho ferido.

Decidimos voltar até o posto de gasolina onde o Hanz se juntou a nós, para ajudá-lo a colocar a bike no carro. Mais uma pedalada de dois quilômetros e chegamos a estação de trem.

Estação de Trem
Créditos: Orlando

Helo, espero que você volte logo, logo a andar com a gente. Não desanime e muita força. As dores passam... pode ter certeza... mas a gloria é eterna. Você, no futuro, terá orgulho dessas cicatrizes de guerra. Só quem lutou pode tê-las.

Queria aqui, agradecer ao Palmer, a Ju, a Liane, o Hanz, o Mario, o Armando, a Wladia, o Orlando e o Adilson, mas principalmente ao Palmer que agüentou o meu mal humor pelo pedal inteiro. Muito obrigado meu irmão. Ju e Liane, é sempre um prazer pedalar ao lado de vocês. O bom humor de vocês fez valer apena. Armando e Mário, desculpe pelas brigas no rádio. Wladia e Orlando: quem “puxa” o pedal é quem faz o fundo, lembrem-se disso, e valeu por me ensinar mais este role.

Obrigado a todos os 53 lokos que participara. Valeu mesmo!!!

Vamos que Vamos.

Rota

Rota de bicicleta 1291268 - powered by Bikemap 

Resumo
Lokobikers: 53
Quilometragem total: 92.65 (essa é a minha, com todas as idas e vindas)
Tempo Pedalando: 5:45:25
Tempo do Pedal: 10 horas +/-
Velocidade Média: 16.09 km/h
Ritmo: 3:45 min/km
Calorias: 3869 Kcal

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