No ano passado o pessoal do CicloBR organizou uma descida de São Paulo a Santos pela estrada da manutenção por um caminho alternativo: A Rota Márcia Prado. É uma tentativa que se fazer a primeira rota cicloturistíca para possibilitar o acesso de ciclistas a baixada santista com segurança. Este ano ocorreu o segundo evento para mostrar aos nossos governantes e autoridades que este tipo de passeio é possível e muito bem vindo, se o governo nos dar o apoio para isso. Caso queira saber mais sobre esta campanha e outras informações sobre a história dessa rota clique aqui.
Bom, após uma semana de preparação, discutindo através de inúmeros e-mails, resolvemos que íamos fazer 2 pontos de saída: Um no Parque das Bicicletas, as 6:30, onde eu seria o responsável e outro as 7:30 na estação Grajaú onde o super Luiz seria o responsável.
4:30 da manhã, toca o despertador e vamos nós. Tomar um banho, comer alguma coisa e colocar a fantasia de ciclista e uma ultima checagem na bike.
Saindo para o PB com o dia ainda por clarear. No caminho encontro alguns que, pela forma que estavam, também iam fazer a mesma rota que nós.
Cheguei ao PB as 5:55... e aí espera... espera... e somente o Gastão apareceu. Bom... pelos os e-mails que rolaram durante a semana poucos lokos iriam aparecer, então borá encontrar com os outros.
Parque da Bicicletas as 6:00 Fonte: Fabio Mira |
Primeira espera... os funcionários da estação não estavam avisados sobre a autorização para entrarmos com as bikes... liga daqui, liga de lá e embarcamos...
Trem novinho em folha... parecendo metro...
Ai começa o celular. Primeiro o Junior Rockrider: “Mano... to atrasado... me espera no Grajaú”. Depois o Antélio (quem escuta esse nome nunca vai imaginar que o cara é um japonês!!!), mesma coisa... depois o Junão... mesma coisa... e por ultimo o Luiz?!?!?!? Que por mim já tava no Grajaú de velho!!!!
Chegamos no Grajaú, eu e o Gastão e adivinha... espera... espera... e espera.
Conseguimos reunir os lokos que iam participar da trip: 9 ao todo. Saímos da estação, com a vontade de pedalar a mil e... espera... um cara do CicloBR tem que dar as recomendações. A mesma coisa de sempre. Nunca ficar sozinho, pedalar sempre em grupo e com calma para não termos imprevistos.
Liberados da palestra de recomendações... pedal. Uma descidinha para começar a montanha russa. Na avenida Belmira Marim, para mim, foi a pior parte. A avenida é estreita, muitos ônibus e com os motoristas afim de tirar umas finas da gente... Mas conforme íamos nos aproximando da represa Billings as coisas foram se acalmando. Sempre tivemos a companhia de outros bikers que estavam fazendo o percurso e isso passava uma certa segurança.
Lokos no Grajaú começando o pedal Fonte: Luiz Feitosa |
Chegamos a ilha e pegamos a Estr. Velha do Bororé, que vai dar em um largo com uma igrejinha do começo do século passado, que por sinal foi restaurada. É na frente dessa igreja que tem uma vendinha, onde é o ultimo ponto para reabastecimento de água e comida.
Igrejinha da Ilha do Bororé Fonte: Fabio Mira |
Chegamos a segunda balsa. Cruzamos mais uma vez as águas verdes da represa e chegando ao outro lado... surpresa... a boa vida acabou... daqui até a Imigrantes só estrada de terra. Depois de uma semana de chuva da para imaginar o que estava pela frente.
Lokos na Balsa Fonte: Luiz Feitosa |
Bom... aperta daqui, solta daqui e da 21 marchas da bike só entravam 12... maravilha... principalmente com aquele monte de lama pela frente... mas vamos que vamos.
Quase no final da estrada de Itaquaquecetuba, pela sinalização da rota, tem que se pegar a Estrada Água Limpa, que de limpa não tinha nada... lama pra dar e vender.
Mais alguns quilômetros pedalando, fomos cruzando com vários bikers arrumando os pneus furados, e nós de boa, sem nenhum pneu para contar história.
Chegamos perto de um campo de paintball e... PÁÁÁÁÁ!!!!... nunca tinha visto um pneu estourar com tanta força... pensei que tivesse tomado um tiro do paintball. O japonês caprichou para furar o pneu... quando tiramos a câmera o bico tinha quase todo saído dela.
Parada para a troca de pneu e brigar com as cigarras Fonte: Luiz Feitosa |
Pneu trocado, e bora pedalar... mais um pouco e trocamos de estrada de novo... tudo sinalizado pelo pessoal do CicloBR. Agora pegamos a Estrada da Barragem.
Sinalização da Rota Fonte: Luiz Feitos |
Pegamos a Estrada do Capivari e encontramos o primeiro ponto de apoio do CicloBr. Ficava no cruzamento da estrada do Capivari com a Imigrantes. Não existe um acesso para carros, apenar uma trilha de uns 20 metros para subir para a Imigrantes.
Chegamos ao asfalto de novo e... mais uma espera. Desta vez esperamos a Rodoviária, para fazermos um comboio até a interligação. Esperamos mais de 20 minutos os guardas e partimos... achei que íamos direto até a entrada da manutenção... mas ledo engano... O PM nos vez o favor de virar guia turístico do trevo da interligação. Demos uma volta completa.
Tour pela interligação Fonte: Luiz Feitosa |
Foi legal ver aquele monte de bike, meio que empurrando o carro do capitão para ele ir mais rápido.
Chegamos a entrada da manutenção. O pessoal do CicloBR pediu para todos preencher um cadastro com alguns dados e coisas para possíveis emergências como tipo sanguíneo e telefones de emergência. Uma verificação nos freios e... mais uma palestra sobre segurança.
Esperando a liberação na entrada da Manutenção Fonte: Luiz Feitosa |
Descemos bem tranqüilos, para evitar tombos, paradas apenas para as tradicionais fotos. Todo esse esforço, toda essa espera com este premio. É muito legal, maravilhoso o role pela estrada de manutenção. A única coisa que estraga são aquelas oferendas de macumba. Com tem muitas e com a chuva e o sol o lugar tem horas que cheira a comida estragada.
Lokos na Manutenção Fonte: Fabio Mira |
No mesmo lugar que eu tive minha queda, da ultima vez que os lokos desceram a manutenção, o pneu do Junior Rockrider furou. Mais uma parada para a troca e continuamos a descida.
Chegamos a portaria de saída do parque. Achei estranho, porque não havia nenhum guarda lá... fizemos nosso reagrupamento estratégico, os 9 lokos mais uns bikers que estavam lá e seguimos em frente. Esse reagrupamento é importante para diminuir o risco de assaltos e outras coisinhas mais.
Cruzamos a favela que existe na saída do parque. Um caminhão de bebidas fez o abre ala. Tudo isso pela estrada de Itutinga. Saímos rumo ao centro de Cubatão. Esse caminho foi escolhido por causa das indicações da rota.
Do centro de Cubatão, pegamos a Rod. Anchieta rumo a Santos. Era para ser um tiro só, mas no meio da Anchieta o Antélio (isso não é nome de japonês nem aqui nem no Japão) teve uma crise de cãibras. Deixei os lokos acomodados em um bar e voltei para ajudá-lo, que esteve sempre na companhia do super Luiz. Voltamos ao bar e aproveitamos para fazer um parada para reidratação e comermos alguma coisa.
Pegamos a Anchieta mais uma vez. Chegando a Santos, mais um pneu furado, mais uma parada para a troca e de lá para a rodoviária, rumo a São Paulo.
Fotos:
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Estatísticas:
- Início: 6:30
- Término: 15:30
- Tempo de Pedal: 5:29:41
- Distância: 92,02 km
- Velocidade Média: 16,7 km/h
- Velocidade Máxima: 63,1 km/h
- Calorias: +/- 1.500 kcal
- Lokobikers: 09
Altimetria e Velocidade:
Fonte: Luiz Feitosa |
- São Paulo:
- Grajaú
- Marcilac
- Ilha do Bororé
- São Bernardo:
- Taquaquecetuba
- São Sebastião:
- Não consegui descobrir o nome do bairro
- Cubatão:
- Distrito Industrial
- Centro
- Vila Santa Rosa
- Vila São José
- Santos:
- Parque São Luiz
- Jardim Casqueiro
- São Manuel
- Saboó
- Centro
Achei muito legal , dá para ir de carro até a Imigranate( vc disse que não tem acesso , né?), para fazer um reconhecimento do caminho?Estou em Interlagos e tenho curiosidade em fazer essa rota primeiro de carro.
ResponderExcluirParabéns .